sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fuck'em all

Arô pessoal!

Fiquei muito surpreendido e ao mesmo tempo emocionado com a história do Rijo. Sempre gostei de mensagens de confiança e coragem, são uma forma de receber motivação para os diversos desafios da vida. Não me sinto muito confortável com este tipo de discursos mas não posso deixar de admirar a tua dedicação e determinação...são de facto inspiradoras! Resta-me desejar as maiores felicidades, sabendo que daqui para a frente só terás mais sucessos do que os que tiveste até agora.

Eu também tenho andado a lutar com as encruzilhadas da vida. Confirmando o prognóstico do Rijo dei mais um passo na minha carreira em Ciência. Pois é, fui admitido no programa doutoral da Escola de Ciências da Saúde, aqui em Braga. A partir de Setembro começo o meu Doutoramento em Ciências da Saúde, no seio de um grupo de pessoas que conheço, que me conhecem pessoal e profissionalmente, e que acima de tudo confiam e colocam grandes esperanças no meu trabalho. Não sei se sou merecedor de tanta confiança, mas a atitude deste grupo de pessoas, sobretudo nas fases difíceis, e a sua ajuda, são indiscritivelmente encorajadoras e transmitem muita segurança.

Este é apenas o final de uma história que começou à cerca de 3 meses. Lá por alturas de Maio comecei a pensar no que fazer depois de acabar o Mestrado. Sabia da vontade dos meus orientadores em que continuasse por cá, mas descobri a existência de um programa doutoral em Neurociências em Lisboa, organizado pela Fundação Champalimaud/IGC. Por óbvios motivos pessoais, e porque o programa ia totalmente de encontro aos meus interesses, concorri ao último. Se me passou pela cabeça que iria entrar num regime laboral completamente injusto, instável e monetariamente pouco recompensador, é claro que sim! Vejo que a classe científica, apesar de ser das mais qualificadas e importantes do país, é sistematicamente mal-tratada. O facto de continuar a haver ciência em Portugal é a prova (se é que era preciso alguma!) que não fazemos ciência pelo dinheiro ou pelo reconhecimento, mas estaria a mentir se dissesse que não me preocupam as questões monetárias. Podia ir para o estrangeiro onde a classe científica é mais respeitada, e isso também me passou pela cabeça, mas não vejo a questão de forma tão linear como "quero e vou"...mas isso são outras conversas...talvez um dia, quando essa situação se mostrar viável, eu me aventure.

O resultado da minha candidatura ao dito programa posso descrevê-lo como a maior desilusão, senão mesmo a única grande desilusão da minha vida. E não estou a falar de ficar desiludido por um passeio ter sido cancelado devido a uma chuvada, ou a desilusão de receber uma nota baixa num teste. Eu senti literalmente o chão a fugir-me debaixo dos pés, vi irem por água abaixo todos os planos e projectos que tinha construído para a minha vida. Foi-me negada a oportunidade de voltar a Lisboa, para junto de quem e do que é mais importante para mim. Foi desesperante não querer acreditar no que estava a ler e a cada nova leitura sentir a situação mais sufocante.

Felizmente uns dias depois foi-me dada uma segunda oportunidade. Num golpe de sorte, e graças a uma pessoa que desistiu, fui chamado para entrevista. O entusiasmo que senti foi sol de pouca dura, uma semana após recebo um novo mail a dar-me a noticia que não tinha sido aceite...novamente. Ainda não me tinha recomposto da rejeição anterior e já me encontrava de novo na merda. Ter de passar duas vezes pelo mesmo turbilhão de emoções é algo que não consigo explicar, mas desta vez foi pior, pois senti da parte dos responsáveis uma tremenda falta de consideração. Claro que estava ciente que isto poderia de novo acontecer, mas magoou-me a valer a forma desprezível como me comunicaram a decisão. O mesmo e-mail, copy-paste do anterior, sem tirar nem pôr. A mesma conversa condescendente no mesmo tom que tendo em conta tudo o que se tinha passado antes tresandava a falso. Comunicar uma decisão destas, a uma pessoa que perdeu dois dias de trabalho; apresentou os seus projectos, tendo de organizar tudo de véspera; que com eles travou conhecimento e que já tinha passado por um momento difícil, merecia de certo uma maior consideração e respeito, e não um comunicado impessoal que é enviado para mais de 100 pessoas, como foi o caso do primeiro e-mail que recebi. Quando se dissipou o desespero cresceu uma tremenda raiva em mim.

Uma vez mais o apoio dos que me rodeiam foi importante para não desanimar. Os meus orientadores disseram-me exactamente o que precisava de ouvir na altura. Felizmente tinha outras alternativas. Concorri a mais dois programas, um aqui em Braga e outro entre faculdades de Braga, Coimbra e Lisboa. Fui aceite nos dois mas escolhi ficar aqui em Braga. Após alguma reflexão concluí que este programa me dá maior flexibilidade para construir como entender a minha formação, criar, como o Rijo diz, o meu próprio trilho. Sei que serei bem acolhido e que terei todo o apoio dos meus orientadores, e no que diz respeito à minha formação, apesar de ser menos dirigida como a que receberia em Lisboa, é garantidamente de qualidade, não fosse eu trabalhar com grupos que entre outras façanhas descobriram o relógio molecular que governa o desenvolvimento de algumas estruturas do organismo; que publicaram recentemente um dos poucos, senão mesmo o único, SCIENCE, 100% Português; e que irão publicar um trabalho no New England Journal of Medicine, uma revista que tem só um impact factor de 50!

Por tudo isto faço minhas as palavras do Rijo. É preciso dedicação e determinação para termos sucesso e sermos felizes, para atingirmos os nossos objectivos. Os sacrifícios fazem parte do caminho e muitos, pelo que me dizem e eu quero muito acreditar que assim é, acabam por trazer recompensas maiores! O meu espírito agora resume-se ao seguinte: "Não me aceitaram! FUCK'EM ALL!!!" Sei que tenho valor no que faço, sou trabalhador e só preciso de condições para o mostrar e das pessoas certas a guiarem-me o caminho e que acima de tudo acreditem em mim. Pois bem, aqui em Braga tenho tudo isso e só me resta fazer a minha parte.

A raiva ainda a sinto e canalizo-a agora para o meu trabalho...para que não me faltem forças para ter sucesso! Quem sabe, talvez tudo o que me aconteceu teve uma razão de ser!

Vêmo-nos por aí, num SCIENCE qualquer! ;)
Miguel C.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

just for fun

a queda:
http://www.youtube.com/watch?v=aMS0O3kknvk
(aproveitem e vejam a adaptação do family guy)

a cadeira hawaiana:
http://www.youtube.com/watch?v=DHiqVygN-w0&feature=related

a marli: 
http://www.youtube.com/watch?v=aHfE8hULqs4

o som do momento no alentejo:
http://www.youtube.com/watch?v=Me_c-n1Z9YY&feature=related

bjs
MarcelinA


sábado, 25 de julho de 2009

... Dreams are made of hard work

Greetings, my friends.

Este post surge como um misto de, por um lado, querer responder ao desafio da Ca-rina que com razão se queixa dum aparente esquecimento para com o blog por parte do pessoal e, por outro, com uma vontade de cabecear o Palmada (vá, mais turrinha que outra coisa) que, no seu post bastante engraçado e que eu gostei deveras de ler, se serve da minha pessoa para personificar sentimentos menos bonitos e ilustrativos de que o dinheiro é sempre o mais importante. Nada disso, bem pelo contrário. Ora reparem: (sim, vai ser um testamento mas tem como objectivo uma mensagem transversal a todos nós…)

Lembram-se do meu plano de ascender a Gestor de Produto e oficializar a coordenação do sector das Análises Diferenciadas que já venho a assumir na prática desde finais de Março? O primeiro objectivo seria atingi-lo em Setembro e o segundo até ao final do ano. Projecto ambicioso, sem precedentes em 31 anos da minha empresa mas possível (e aqui “possível” é a palavra-chave e desenvolverei melhor esta ideia mais abaixo). Nenhum dos dois se vai concretizar mas porque eu não quero. A razão: vou mudar de empresa. Fui escolhido para uma multi-nacional na área dos dispositivos médicos para cirurgia, dum leque inicial de cerca de 500 candidatos. Apesar de ser na mesma o sector hospitalar, é um mercado completamente diferente que implica que necessite de ter formação em bloco operatório pelo que me vão mandar para França para trabalhar com porcos antes de poder avaliar as operações em humanos. Foi o primeiro anúncio a que respondi e resolvi voltar a colocar-me no mercado mas apenas com o objectivo de ganhar experiência em entrevistas para que daqui a 1 ano, 1 ano e meio, já tivesse habilidade suficiente para dominar a entrevista e então aí sim, sair de Gestor de Produto directamente para uma multi-nacional. Honestamente, não imaginei que conseguiria tão cedo mas chamemos-lhe sorte ou dedicação, vou sair já.
E aqui inicio a mensagem que vos quero transmitir:

Há um 1 ano atrás, eu nunca supus hoje estar aqui. Nunca imaginei vir a fazer parte dum grupo que emprega 41 mil pessoas e que só em 2008 teve um facturado na ordem dos 10 mil milhões de dólares. Mais, também não imaginei estar numa empresa familiar, de nome reconhecido na praça e com facturados anuais de 4-5 milhões de euros. Mas consegui: saltar directamente do 1.º ano do mestrado para um bom emprego na empresa familiar e daí, nem um ano depois, para a multi-nacional. E vou conseguir mais. E vocês também vão conseguir! Não duvidem das vossas capacidades, não vão abaixo em alturas complicadas, projectem a vida com objectivos a médio-longo prazo, avaliem os sacrifícios a curto-prazo que esses objectivos implicam e tomem a decisão que melhor se adequa a cada um de vós. Agora, não esperem que algo vos caia em cima porque isso sim é uma sorte desgraçada e uma luta contra as probabilidades; vão vocês à procura; mostrem dinamismo! E a cada decisão que tomam, mais portas se abrem em vez de janelas que se fecham. Para vos ilustrar com o meu exemplo o que quero dizer, eu vou mudar tudo e vai ser um risco desgraçado. Na minha empresa já conhecia as coisas más e sabia como lhes dar a volta; já conhecia os clientes e tinha uma óptima relação com muitos deles; já conhecia todos os nossos produtos melhor do que ninguém… E agora vou começar tudo do início, sem saber como irá correr. A mudança não pode ser vista como algo mau e arrisquem quando podem, ou seja, agora! Mesmo que possam vir a perder dinheiro e agora engole Palmada. Perante a minha comunicação de intenções de sair, o Gerente da empresa fez-me uma contra-proposta absolutamente irrecusável em termos monetários. De tal forma que eu, que estava certo que iria sair, baloicei um pouco e perdi algumas noites de sono para conseguir tomar uma decisão (um problema óptimo de se ter, reconheço, mas não deixa de ser um problema). E, apesar de cliché, o dinheiro realmente não é o mais importante. Realização pessoal, meus amigos. Com a mudança de emprego ganho mais que só dinheiro: ganho uma multi-nacional no meu CV aos 23 anos; ganho o acesso a formas de ensinar guiadas por directrizes europeias para as sucursais dos vários países e que não sofrem a concentração de poder dum patrão português com sintomas típicos de “quero, posso e mando”; ganho uma projecção com que eu próprio vou ter que aprender a lidar para não quebrar.

No fundo o que eu procuro com isto não é uma auto-valorização presunçosa até porque não consigo deixar de sentir alguma culpa por abandonar o meu Gerente actual, por quem tenho enorme respeito e admiração (já li isto na net e parece ser um sintoma habitual numa mudança pró-activa de emprego que não por despedimento). O que eu quero é ser a voz que diz que eu não sou nada mais do que vocês. Tiveram más notas na FCUL? Eu nem média de 16 tive na licenciatura, não é só isso que conta. Ah, mas foi pior: perderam um ano porque chumbaram algumas cadeiras? Eu devo ser a única pessoa que conhecem que teve que repetir o 1.º ano (e não é da universidade, é da primária!), pelo que sou mais velho que a maioria de vós (gnu com gosto). Não se desculpem. O potencial de cada um é ilimitado, aprendam apenas a desenvolvê-lo. Eu tenho muita curiosidade em saber das vossas vidas daqui a 2-3 anos e não é por maldade, percebam isso, que digo que não tenho dúvidas que o Buba e Miguel fiquem em ciência. É porque vocês não têm todos que fazer investigação. Criem o vosso próprio trilho. Como disse ao meu novo Director na entrevista final que tive directamente com ele (ele duvidava bastante se a minha tenra idade e pequena experiência se adequavam ao perfil que procuravam, razão pela qual eu fiquei convencido de que não iria ser o escolhido), não se preocupem que nunca antes tenha sido feito. Estabeleçam precedentes!

E vamos ver afinal quem é que vai ser o/a Promotor/a de Eventos, quem é que vai ter um negócio próprio, quem é que vai ser o biólogo sem fronteiras, trabalhando sem fins lucrativos, quem é que vai ser o primeiro a dar aulas, quem é que vai ser o Consultor, quem é que vai ser o Controlador de Tráfego Áereo, quem é que vai para coisas que ainda nem sequer consigo imaginar.

Boa sorte a todos para as vossas teses e muita determinação para esta recta final!
Espero que possam dedicar uma semana que seja a férias e gostaria muito que combinássemos qualquer coisa todos juntos nas primeiras 2 semanas de Agosto pois dia 17 inicio funções no meu novo emprego.

Yes, we can! (lol)

Rijo

sexta-feira, 24 de julho de 2009



bjs
Ana Marcelino

p.s. quem souber colocar o link faça-me o favor..

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Longas são as noites no ICVS

Ultimamente tenho andado um tanto ou quanto afogado em trabalho...passo literalmente os dias no instituto, as tarefas seguem-se umas às outras e muitas vezes chegam a sobrepor-se, as refeições são feitas a correr, os momentos lúdicos são inexistentes, já perdi o fio à meada de todas as séries que presentemente passam na televisão, interrompi todas as leituras que não sejam de cariz científico,e já há largos meses que não dou um passeio pela bela cidade de Braga.

Cheguei ao cúmulo de não me lembrar da última vez que dormi mais de 7 horas......ah esperem, foi no último fim-de-semana onde consegui dormir aí umas 10 e ainda tive o descaramento de adicionar à contagem um bónus de sesta. Mas dada a actual conjuntura laboral este pequeno episódio não passa de um pequeno oásis no meio do deserto.

O resultado de tanta hora extraordinária, que são tão bem pagas quanto as horas de expediente ( =S ), é que tenho passado os meus serões no ICVS. Por aqui o ambiente nocturno é um pouco assustador. Geralmente não existe ninguém para além do guarda, e é à noite que todos os barulhos estranhos resolvem manifestar-se. Neste preciso momento estou no intervalo de uma imuno e estou paí há 4 horas a ouvir água correr sem conseguir identificar a sua origem, e de tempos a tempos ouço o que me parece ser uma libertação gás! Ah, e agora uma das arcas frigoríficas resolveu ligar o alarme! ( =0 ) À meia-noite as luzes do corredor e dos laboratórios desocupados são desligadas e uma pessoa fica assim entregue à escuridão. De vez em quando tenho de ir a outros laboratórios e aí é que está o baile armado: O edifício, como a Joana já pôde comprovar e o Rijo terá oportunidade de o fazer quando cá vier apregoar a sua mercadoria, é enorme e vaguear pelos corredores escuros faz despertar na nossa mente toda a espécie de pensamentos paranóicos!

Como disse estou de volta de uma imuno...mas há pouco começou a dar-me uma valente fome! Como ir a casa jantar implicava interromper o trabalho resolvi ir à aventura por esse instituto fora à procura de mantimentos. Passei pela sala das refeições e resolvi espreitar o frigorífico...muitas vezes os simpáticos trabalhadores deste instituto deixam ficar comida para os colegas. Bendita a hora em que eu me lembrei disso, mesmo à minha espera estava uma caixa com bifinhos com cogumelos dentro do frigorífico. Uma segunda olhadela revelou mais uma caixa que continha um vistoso arroz de ervilhas...Deus é grande, tinha jantar garantido!!! Contudo a minha felicidade foi perturbada por várias questões:

1)Que é que faz tanta comida aqui guardada?
2)Estará estragada? ou pior, envenenada, por alguém que me quer mal e que sabendo que eu iria ter fome a colocou lá deliberadamente?
3)Isto não é própriamente um restaurante, e como o bar está fechado, onde irei arranjar talheres e prato?

Reflectindo um pouco cheguei à conclusão que tanta comida não seria de algum colega per se mas sim restos de algum almoço que se tenha dado. Uma análise à comida, tão meticulosa quanto a fome, que por esta altura já progredira para uma ligeira sensação de fraqueza, deu-me para ver que tinha um aspecto decente e um cheiro normal...além do mais não mostrava sinais de vida microbiológica! Mas, e como descortinar a questão do envenenamento?...bom lembrei-me de ir buscar um rato ao biotério e dar-lhe a provar um pouco de comida à séria (sim porque eles coitados só têm direito a uns biscoitos secos que apesar de nutritivos não são tão vistosos como a nossa comida). O moço não se queixou nem quinou e portanto era seguro para mim consumir a refeição. Continuava com o problema dos talheres...sou um menino de bem e não posso de modo nenhum comer com as mãos. Ainda perdi algum tempo nisso, mas lá achei numa outra sala pratos e talheres descartáveis.

Bem que maravilha de jantar...àquela hora e com a fome que eu estava,aquilo soube-me pela vida! Agora que tenho as pilhas carregadas posso voltar ao trabalho...o que vale é que já não falta muito...por hoje! :P
Miguel C.
P.S.: Só faltou mesmo o "fino" para acompanhar o jantar...teria sido a cereja no topo do bolo!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fui hoje ao Vaticano

(Aviso: informação longa e não necessáriamente interessante)

Sinceramente, não percebo o alarido. A Pietá é muito bonita, é verdade, mas a basílica, não sei porquê, deixou-me com um ligeiro desapontamento. Andando por Roma, encontrei várias que pessoalmente consideraria mais bonitas.

Saltando umas horas, não muito tempo depois lá tive que apanhar o avião de volta, mas isso sim é uma história. Então, estava eu muito bem a querer ir apanhar o comboio, quando vejo que foi adiado. Mal. Mas ok. Estou eu para lá à espera, quando aparece um rapaz (mais tarde descubro que era um canadiano de Toronto) que pergunta ao senhor sentado ao meu lado a que horas era o comboio. Ele diz o que já sabia, que tinha sido adiado para as 16:52, mas também diz algo novo: que o comboio já estava a ser adiado desde as 15:00. Pânico. Precisava de fazer o check-in e não me tinha dado própriamente horas e horas de margem de erro para o comboio estar atrasado. Começo a falar com os outros 2 (o canadiano e o senhor que mais tarde descubro é Professor Assistente de Geologia, especializado em sedimentologia, no Kurdistão) e proponho apanhar um taxi em conjunto. Apenas o senhor curdo concorda (o outro rapaz era mais esperto que eu e tinha o avião só às 22:00). Lá vamos nós apanhar um táxi, mas sem perguntar antes o preço. Aparentemente são 40€, taxa fixa. Isto mais os 11€ do comboio que não podia ver de volta. Ao menos o senhor curdo estava lá para partilhar a taxa. Lá vamos nós para o aeroporto, fazendo conversa, incluindo com o taxista. Chego ao aeroporto, paga o senhor o taxi e tenho eu que ir ao multibanco para pagar a minha parte, que, como bom estudante, não ando assim com 20€ para assoar o nariz. Encontra-mos um e, que fixe, a máquina engole-me o cartão. Foudasse. Isto sem dizer que estava já com o nervoso de chegar a tempo ao check-in e uma bruta dor de cabeça que tinha escolhido hoje para me chatear. Mas que merda. O senhor, extremamente boa pessoa, diz que não faz mal, dá-me o cartão de negócios para manter-mos o contacto, e eu vou fazer o check-in. Perfeito, sem problemas. Mas agora tenho algum tempo até ir ao meu "gate", vou procurar o multibanco de novo. Este estava a dar todo o tipo de mensagem estupidas em italiano em sequência cíclica: "Cartão ilegivel, dirigir-se a vossa instituição bancária","Operação não disponivel","A voltar ao menu". Estou neste momento a mandar manguitos à máquina. Esta decide reiniciar (Esperança!) e entra (nem adivinham) no Windows XP! Lá começa a rotina de multibanco e cospe-me o cartão (Alívio...). Sigo à procura de outro. Encontro e saco 30€. O senhor, no táxi, disse que precisava de ir para o Líbano, quando o taxista pergunta pelos terminais respectivos e encontrei um voo às 22:00 para Beirut. Encontrei o senhor, e ofereço-me para dar o dinheiro; ele ainda diz que não é preciso, que posso ficar com ele, mas eu decido dar na mesma. Eu sei, eu sei, António e Rijo, não era o que teriam feito, mas acho que o estar ali no IGC na mesma rede onde trabalha o Filipe, a sua moral rígida começa a permear as pessoas. Acredito mesmo que o Filipe foi para bioinformática para tentar influenciar as pessoas pela internet.

Bom. O senhor afinal era o Vice-President for Administration and Finance Affairs do Ministry of Higher Education and Scientific Research do Kurdistão, e convidou-me para visitar o país. Acho que adivinho uma collaboration. Zebrafish e sedimentologia, deve haver uma relação.

Com isto, a minha rede de contactos chega do Canadá ao Kurdistão. Não pelo rapaz canadiano na estação, mas por causa de 2 irmãs do quebéc muito simpáticas que conheci no hostel onde fiquei 3 dias antes da conferência própriamente dita. Também conheci 3 estudantes polacos de filosofia, outro polaco que compra e vende carros, uma rapariga francesa nascida nos estados unidos, uma austriaca que estudava história e uma americana que estudava literatura. Tudo gente porreira, mas sem começar com as pessaos do congresso. Lá, conheci mais portugueses de que outra coisa. Se há algo que aprendi é que o mundo é pequeno e Portugal é microscópico porque os portugueses todos conseguiam encontrar um minimo de 3 graus de separação. Lá se formou um cluster de tugas que iam jantar a Trastevere porque (tentem adivinhar) era barato (e também porreiro de se visitar).

Também aprendi que Zebrafish é que é, e que quem não está a estudar Zebrafish está a perder o seu tempo. A sério; só o tempo que demoram a arranjar ratinhos ou crescer moscas, nós já começamos a escrever o paper. E houve um alemão que chamou a uma imagem minha "a melhor do congresso" \m/.

Por falar em melhor ou pior, as italianas deixaram a desejar, temo em contrariar-te Pimpão. Gostei mais das turistas que por lá andavam que das italianas, mas uma coisa elas sabiam: vestir para chamar à atenção. E por pós e quimicos e fazer essas coisas que todas a raparigas fazem, mas a mais. Não percebo porque é que, estando em Itália, se vai alguém bronzear artificialmente.

Talvez para serem mais visiveis para os carros e scooters, porque o trânsito ali é o pânico. Voltar para Portugal foi um alívio para voltar a ver estradas com faixa esquerda, direita e do meio, em vez de teres uma faixa com um carro mais à esquerda, outro mais à direita, um no meio, um atravessado e 20 scooters a passar no espaço livre. Lá, o vermelho não é sinal para parar; é uma mera sugestão. Vi mesmo caros que paravam no MEIO dos cruzamentos, quando estava vermelho para eles. Deve ser por isso que os senhores dos ministérios não se podem atrasar e têem direito a sirentes e pequenas tabuletas ridiculas a dizer "Ministério delle interno/defesa/whateveri". Porque em Roma ouvesse sirentes por todo o lado, o dia inteiro. Tenho a certeza que estão só a tentar cortar o trânsito.

Mas a comida, meu deus, a comida. Engordei 6 kilos... Mas dou um conselho que outras pessoas talvez não dêem: queijo de búfala. Absolutamente espetacular.

Pois bem. Não sei mais do que falar. Talvez deixe o que não me lembro para ter tópico de conversa quando formos ao Sabor.

Ciao

PS: Não tenho fotos para provar nada disto por enquanto; a minha máquina, essa puttanesca, decidiu avariar precisamente no dia antes. Talvez consiga fotos daquele rol de pessoas que referi.
PPS: "Hoje", já é relativo, já passou a meia noite enquanto escrevia isto.
PPPS: Não estou para corrigir a gramática =P.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

The Cove

http://thecovemovie.com/


Arrepiante.

Hugo Z

nada de especial

Olá ppl!!

fico triste por (sem ser o Miguel) a malta não vir aqui contar a sua vidinha.. por isso venho aqui escrever umas linhas. mas acho q a malta q tem viajado devia postar aqui umas fotinhas, não tem q ser um album nem fotos q possam vir a servir para extorquir dinheiro, mas só para se ir sabendo novidades!

neste momento estou no igc a trabucar no projecto de mestrado, q by the way já mudei o tema 5 vezes e é já para dia 23 de julho... para o qual me sinto totalmente perdida, confusa e desapoiada. e hoje sobrou para o barroso aturar-me :P
mas as boas são q ja tenho coordenadora de tese, finalmente :P

sem ser trabalho, entao alguem esta a fazer planos para aos festivais? e principalmente a ida ao trabalhinho da joana? queria muitooooooo ir la visitar a zona antes da inundação. mas antes de dia 28 de julho não contem cmg para outra coisa q não seja espalhar o pânico!

desejo boa sorte a quem está na recta final de exames e em tese!

beijinhos,
Ana Carina Marcelino

p.s.- quem for aos açores diga!!! preciso de bolo levedooooo :P

terça-feira, 14 de julho de 2009

Zézé onde andas tu?

Para o caso de se terem perguntado onde anda O Zézé Camarinha, esse ícone nacional, deixo aqui uma amostra daquilo que têm sido os seus últimos projectos

Pensei eu...hum na volta é de mau gosto e vai ferir susceptibilidades. Mas depois apercebi-me estar na posse de algo muito especial e que deve sem dúvida ser partilhado.

Enjoy!



Mike C.




No Nordeste o tchão é forrado a oiro.



quinta-feira, 9 de julho de 2009

Let's Do It

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Passei a citogenética

Acabei o curso. Parabéns a mim.