sábado, 25 de julho de 2009

... Dreams are made of hard work

Greetings, my friends.

Este post surge como um misto de, por um lado, querer responder ao desafio da Ca-rina que com razão se queixa dum aparente esquecimento para com o blog por parte do pessoal e, por outro, com uma vontade de cabecear o Palmada (vá, mais turrinha que outra coisa) que, no seu post bastante engraçado e que eu gostei deveras de ler, se serve da minha pessoa para personificar sentimentos menos bonitos e ilustrativos de que o dinheiro é sempre o mais importante. Nada disso, bem pelo contrário. Ora reparem: (sim, vai ser um testamento mas tem como objectivo uma mensagem transversal a todos nós…)

Lembram-se do meu plano de ascender a Gestor de Produto e oficializar a coordenação do sector das Análises Diferenciadas que já venho a assumir na prática desde finais de Março? O primeiro objectivo seria atingi-lo em Setembro e o segundo até ao final do ano. Projecto ambicioso, sem precedentes em 31 anos da minha empresa mas possível (e aqui “possível” é a palavra-chave e desenvolverei melhor esta ideia mais abaixo). Nenhum dos dois se vai concretizar mas porque eu não quero. A razão: vou mudar de empresa. Fui escolhido para uma multi-nacional na área dos dispositivos médicos para cirurgia, dum leque inicial de cerca de 500 candidatos. Apesar de ser na mesma o sector hospitalar, é um mercado completamente diferente que implica que necessite de ter formação em bloco operatório pelo que me vão mandar para França para trabalhar com porcos antes de poder avaliar as operações em humanos. Foi o primeiro anúncio a que respondi e resolvi voltar a colocar-me no mercado mas apenas com o objectivo de ganhar experiência em entrevistas para que daqui a 1 ano, 1 ano e meio, já tivesse habilidade suficiente para dominar a entrevista e então aí sim, sair de Gestor de Produto directamente para uma multi-nacional. Honestamente, não imaginei que conseguiria tão cedo mas chamemos-lhe sorte ou dedicação, vou sair já.
E aqui inicio a mensagem que vos quero transmitir:

Há um 1 ano atrás, eu nunca supus hoje estar aqui. Nunca imaginei vir a fazer parte dum grupo que emprega 41 mil pessoas e que só em 2008 teve um facturado na ordem dos 10 mil milhões de dólares. Mais, também não imaginei estar numa empresa familiar, de nome reconhecido na praça e com facturados anuais de 4-5 milhões de euros. Mas consegui: saltar directamente do 1.º ano do mestrado para um bom emprego na empresa familiar e daí, nem um ano depois, para a multi-nacional. E vou conseguir mais. E vocês também vão conseguir! Não duvidem das vossas capacidades, não vão abaixo em alturas complicadas, projectem a vida com objectivos a médio-longo prazo, avaliem os sacrifícios a curto-prazo que esses objectivos implicam e tomem a decisão que melhor se adequa a cada um de vós. Agora, não esperem que algo vos caia em cima porque isso sim é uma sorte desgraçada e uma luta contra as probabilidades; vão vocês à procura; mostrem dinamismo! E a cada decisão que tomam, mais portas se abrem em vez de janelas que se fecham. Para vos ilustrar com o meu exemplo o que quero dizer, eu vou mudar tudo e vai ser um risco desgraçado. Na minha empresa já conhecia as coisas más e sabia como lhes dar a volta; já conhecia os clientes e tinha uma óptima relação com muitos deles; já conhecia todos os nossos produtos melhor do que ninguém… E agora vou começar tudo do início, sem saber como irá correr. A mudança não pode ser vista como algo mau e arrisquem quando podem, ou seja, agora! Mesmo que possam vir a perder dinheiro e agora engole Palmada. Perante a minha comunicação de intenções de sair, o Gerente da empresa fez-me uma contra-proposta absolutamente irrecusável em termos monetários. De tal forma que eu, que estava certo que iria sair, baloicei um pouco e perdi algumas noites de sono para conseguir tomar uma decisão (um problema óptimo de se ter, reconheço, mas não deixa de ser um problema). E, apesar de cliché, o dinheiro realmente não é o mais importante. Realização pessoal, meus amigos. Com a mudança de emprego ganho mais que só dinheiro: ganho uma multi-nacional no meu CV aos 23 anos; ganho o acesso a formas de ensinar guiadas por directrizes europeias para as sucursais dos vários países e que não sofrem a concentração de poder dum patrão português com sintomas típicos de “quero, posso e mando”; ganho uma projecção com que eu próprio vou ter que aprender a lidar para não quebrar.

No fundo o que eu procuro com isto não é uma auto-valorização presunçosa até porque não consigo deixar de sentir alguma culpa por abandonar o meu Gerente actual, por quem tenho enorme respeito e admiração (já li isto na net e parece ser um sintoma habitual numa mudança pró-activa de emprego que não por despedimento). O que eu quero é ser a voz que diz que eu não sou nada mais do que vocês. Tiveram más notas na FCUL? Eu nem média de 16 tive na licenciatura, não é só isso que conta. Ah, mas foi pior: perderam um ano porque chumbaram algumas cadeiras? Eu devo ser a única pessoa que conhecem que teve que repetir o 1.º ano (e não é da universidade, é da primária!), pelo que sou mais velho que a maioria de vós (gnu com gosto). Não se desculpem. O potencial de cada um é ilimitado, aprendam apenas a desenvolvê-lo. Eu tenho muita curiosidade em saber das vossas vidas daqui a 2-3 anos e não é por maldade, percebam isso, que digo que não tenho dúvidas que o Buba e Miguel fiquem em ciência. É porque vocês não têm todos que fazer investigação. Criem o vosso próprio trilho. Como disse ao meu novo Director na entrevista final que tive directamente com ele (ele duvidava bastante se a minha tenra idade e pequena experiência se adequavam ao perfil que procuravam, razão pela qual eu fiquei convencido de que não iria ser o escolhido), não se preocupem que nunca antes tenha sido feito. Estabeleçam precedentes!

E vamos ver afinal quem é que vai ser o/a Promotor/a de Eventos, quem é que vai ter um negócio próprio, quem é que vai ser o biólogo sem fronteiras, trabalhando sem fins lucrativos, quem é que vai ser o primeiro a dar aulas, quem é que vai ser o Consultor, quem é que vai ser o Controlador de Tráfego Áereo, quem é que vai para coisas que ainda nem sequer consigo imaginar.

Boa sorte a todos para as vossas teses e muita determinação para esta recta final!
Espero que possam dedicar uma semana que seja a férias e gostaria muito que combinássemos qualquer coisa todos juntos nas primeiras 2 semanas de Agosto pois dia 17 inicio funções no meu novo emprego.

Yes, we can! (lol)

Rijo

5 comentários:

  1. Parabéns pela nova oportunidade. Se ainda te apetecer cabecear-me, fica a saber que apenas te referi para efeitos humorísticos =P

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  2. Ainda bem quet tenho um dos teus cartões da primeira empresa para daqui a uns anos eu poder dizer que já te conhecia.

    Vais logo dia 17 para França?

    Parabéns e boa sorte na nova empresa! Tenho a certeza que num instante vais dominar o novo trabalho da maneira que dominas este.

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  3. wow! Parabéns! Espero que tenhas muita sorte lá pela multinacional. E tenho a dizer que adorei o teu texto "Obama style". ;)

    p.s- tenho só a acrescentar que a recomendação (ou mesmo uma aplicaçãozinha) de uma musica de fundo teria tornado o teu post o expoente máximo do blog até agora. :p

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  4. Parabens pela nova etapa alcançada! fico feliz por saber das novidades (e boas!) da tua vida (maratona like) de homem de negocios!
    boa sorte para os proximos desafios!

    ah e já agora pq Ca-rina?? engano?? :s

    yes we can!

    bjs

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  5. Obgd =)

    O Ca-rina era para fugir ao Cárina. Isso e porque assim fica mais parecido com Katie Holmes =X

    Phat props / Bjs mts

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